quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ENCORDAMENTO X TIMBRE

A relação espessura das cordas X bom timbre é real. É fato que cordas mais grossas produzem um timbre, corpo e sustain bem melhores, pois os captadores nada mais são do que pólos geradores de campos magnéticos, então quanto maior a massa do corpo que vibra (corda) maior será a corrente elétrica gerada. 
É questionável a relação estilo musical X espessura de corda. Como sempre em música, nem tudo é feito por manual ou regras, o gosto pessoal influencia muito nesta escolha.


Existem logicamente exceções - se você pegar as bandas de metal atual (o chamado NuMetal), é quase impossível encontrar alguma banda em que o guitarrista não use cordas extremamente grossas (0.13 até 0.18), pois a maioria delas usam afinações alternativas extremamente baixas - (D, C#, C e até B) - as cordas ficam muito soltas para produzir aquele peso estrondoso e se forem finas demais, torna-se impossível tocar com estas afinações. Mas observe que muitos destes guitarristas quase não fazem solos, e bends tornam-se mais complicados... o objetivo é bater com força nas bases deste estilo.
Já no metal shreder dos anos 80 (Malmsteen, Taffola, Joe Satriani, Steve Vai, etc..) os guitarristas tinham que tocar muito rápido, então usavam encordoamento 0.9, 0.8...
Mas o gosto pessoal influencia muito...Tony Iommi do Black Sabbath, que é um dos pioneiros do heavy metal toca com cordas 0.8 e consegue muito peso - (devido a um acidente ele não tem as pontas de dois dedos, então ele tem que tocar com cordas finas e consegue o peso na pegada, regulagem de amplificadores, guitarras, captadores, efeitos, etc...)
Em compensação 90% da pegada e do timbre do já falecido guitarrista de blues Stevie Ray Vaughan devia-se a força e técnica da mão esquerda, pois ele usava 0.13 (e até 0.18 algumas vezes) e no blues, diferente do metal, tudo é feito com bends, então imagine a força que ele tinha que impor. Bastava ligar a guitarra no amplificador e já se obtinha um fantástico timbre, com pouquíssimos efeitos. Imagine fazer bends de 2 tons em um encordoamento 0.18 !!... pois ele conseguia...
Eric Clapton, Jimmy Page do Led Zeppelin e Ritchie Blackmore do Deep Purple, legendários guitarristas, usam encordoamento 0.9. Já Eric Johnson só toca com encordoamento 0.10.
Se você for tocar slide, é quase impossível tocar com cordas muito finas, o timbre empobrece de forma a não conseguir atingir os formidáveis efeitos ouvidos no blues, e também, porque um encordoamento mais fino exerce menos tensão para o uso devido do slide, gerando menos sustain e também um ruído indesejável semelhante ao trastejamento.
Enfim, existem algumas variáveis importantes na escolha da espessura da corda...
Para finalizar: uma corda mais grossa dá um som melhor, mas não é todo mundo que consegue tocar com 0.11, 0.12, e também não é toda guitarra que aguenta cordas muito grossas sem empenar braço, as mais baratas certamente não suportam.
Para o blues, provavelmente o encordoamento 0.10 tem a melhor relação timbre X suavidade, não ficando tão pesado e obtendo-se um som muito bom, principalmente se você tem uma guitarra apenas e pretende fazer bastante uso do slide.
Encordoamento 0.11 é recomendado apenas para quem tiver uma mão mais forte e quiser um timbre mais forte.
Lembre-se de que na maioria das guitarras, a regulagem de fábrica é para encordoamento 0.9. Se você pretende utilizar outra espessura de encordoamento, leve sua guitarra à seu Luthier de confiança para que ele ajuste-a para esta nova tensão evitando problemas no braço do seu instrumento.

Uma dica para quem for tocar blues e usar encordoamento 0.10 para cima em guitarras strato é dar preferencia para os trastes tipo “jumbo”, pois ajuda e muito nos bends e no sustain.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

SEIS DICAS DE COMO GASTAR DINHEIRO COM SOM BÁSICO



1 – Quanto menos ligações, melhor
 Qualquer sistema de som, por melhor que seja, sempre altera o som captado de alguma maneira. Obviamente, quanto melhor (e mais caro) o sistema de som, menos ele altera o som de formas indesejadas.
Como custa caro o aluguel de um estúdio foda, ou a compra de bons equipamentos, a melhor solução, na minha opinião, é utilizar os sistemas com o menor número possível de ligações entre componentes. Se possível,utilizando somente o essencial.
Essa é uma das razões pelas quais as interfaces de audio são tão populares até em estúdios profissionais: você espeta o instrumento nela, e o som vai direto para o processamento no computador. É o mesmo raciocínio por trás das pedaleiras digitais: oferecer tudo que um set de pedais oferece, sem o inconveniente de ter que ligar um componente no outro por cabo. E cabo, como todos sabem, é um equipamento feito para dar defeito no dia e na hora do show.
“Mas, Rafa, quer dizer que é ruim usar um monte de coisa ligada?”
Não necessariamente. Às vezes a sonoridade que você quer depende do uso de um sistema gigantesco com várias coisas ligadas. A questão é saber o quanto se ganha e o quanto se perde ligando várias coisas juntas.
2 – Vale a pena ter um microfone de qualidade.
Por motivos óbvios, cantores costumam ter seus próprios mics, mas é um item que quase qualquer instrumentista se beneficiaria em. Se você leva seu microfone de confiança para o show, evita de pegar um mic de procedência duvidosa que a casa te arrumar, e que pode comprometer seu som. Além disso, para alguns instrumentos, a possibilidade de microfonar o som numa conexão sem ruídos é bastante interessante.
Microfones não são caros, considerando-se que duram a vida inteira se você cuidar bem dele. É um investimento que vale a pena. O mesmo raciocínio vale para o cabo no qual você vai plugar o seu microfone.
3 – A direct box é sua amiga
Uma direct box é uma caixinha que permite ligar em entradas XLR (aquelas de microfone) coisas que normalmente se ligam em linha (aquelas do violão, do baixo e da guitarra). A idéia e permitir que se use uma conexão balanceada, e menos sujeita a ruído, tanto para gravar com mais qualidade quanto para utilizar extensões maiores de cabo em shows, além de outras coisas.
Não é um item grande, nem caro, e que também dura a vida inteira. Se o seu instrumento tem entrada para cabo banana, talvez seja legal comprar uma direct box. Outra coisa: existem direct boxes ruins no mercado. Se você for tocar em algum lugar e te arrumarem uma direct box ruim, você resolve o problema com a sua mesmo.
4 – Bons Pré-Amps são tudo que há nessa vida.
Quando se vai gravar, ou ligar um instrumento num sistema de PA, a primeira coisa que se faz com o sinal de audio é dar um ganho nele (se necessário), para que fique menos sujeito a alterações causadas por ruídos do próprio sistema de som. E o circuito pré-amplificador é quem dá esse ganho no sinal.
Um bom sistema de pre-amp vai amplificar o sinal com pouquíssimo ruído sem distorções. Numa mesa, ou numa interface de áudio, esse é o item que mais faz diferença na qualidade de som. Vocês não fazem idéia do quão caro pode ser um bom pre amp, e do quanto que ele pode fazer pelo som que você quer tirar.
Então, na hora de escolher o estúdio pra gravar, ou qual mesa ou interface de som pra comprar, verifique se os pre-amps são bons.
5 – Uma mesa de som é um investimento a se considerar
Numa dessas oficinas de música da vida, tinhamos um grupo grande de músicos e um número reduzido de caixas pra plugar todo mundo. E quem não plugava era engolido pelo som do resto da banda.
Até o dia em que o professor trouxe uma mesinha – nem lembro a marca – e plugou todo mundo na mesa. Passamos a usar os amps como caixas de PA improvisadas.
Claro, não é a melhor solução possível, mas todo mundo se ouviu no final das contas, e ninguem teve que ficar se segurando pra tocar com mais ou menos volume. Pra quem dá aula em grupo, vale a pena.
6 – O bom é o  inimigo do ótimo
Isso eu acho que vale pra qualquer coisa na vida: instrumentos musicais, equipamento de som, carro, computador, whatever: o bom é o inimigo do ótimo.
Equipamentos decentes, com boa relação custo-benefício, podem não ser baratos, mas são “pagáveis” ao menos, nem que você tenha que dividir em várias vezes no cartão de crédito.
Equipamentos melhores, mesmo que um pouco melhores, acabam sendo muito mais caros que os seus equivalentes “piores”. Para um ganho “linear” de qualidade, você tem um aumento “exponencial” de preço, o que nem sempre compensa.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

VALVULADOS X TRANSISTORADOS: A guerra continua!

Fender Frotman 212r. Um dos melhores amplis transistorados.

Vamos falar agora sobre amplificadores, focando principalmente na diferença entre valvulados e transistorizados exemplificando as vantagens e desvantagens de cada um e dando as principais características de ambos.

Começando pelos transistorizados, que são mais populares entre os guitarristas amadores, que não tem a pretensão de um equipamento profissional, apesar da boa resistência o amplificador transistorizado é mais limitado, a ausência das válvulas faz com que o timbre perca qualidade e quando aberto o volume com abundância o som se torna um pouco estridente e desconfortável, as principais vantagens dos transistorizados é a resistência e o preço, o sistema valvulado encarece o amplificador, além de deixa- lô mais sensível e necessitar sempre de algumas manutenções, já o transistorizado é um pouco diferente e mais fácil de se usar, você não precisa ter todo esse cuidado e estar sempre fazendo manutenções, ele é mais resistente, isso se deve ao fato de que as válvulas são equipamentos muito sensíveis e pouco resistente a quedas e mal uso, principalmente quando estão aquecidas, enfim, o ampli transistor é mais prático, porém assim como no lance dos pedais a praticidade não vence a funcionalidade, o timbre de um amplificador a válvulas é maravilhoso e inigualável, esse tipo de amplificador dá o verdadeiro timbre de guitarra, e é um amplificador projetado para se tocar alto e aquecido, ou seja quanto mais alto e mais aquecidas estiverem as válvulas melhor será o seu timbre. Sim!!! ele trabalha dessa forma meticulosa, por isso que quando você chega nos shows, os amplis já estão ligados, e você fica lá que nem bobo achando que o show já vai começar, e os caras só brotam no palco duas horas depois, é interessante antes de começar a tocar deixar o amplificador esquentar um pouco isso conservará mais as válvulas e proporcionará um timbre de melhor qualidade.
Em termos de custo/ beneficio, conservação, manutenção ele é muito mais 'fresco' que o transistor e necessita de certos cuidados para a melhor conservação e  prolongação da vida útil das válvulas, que são consideradas o coração de um amplificador valvulado, pois são elas que darão vida ao seu timbre, e a qualidade do mesmo depende do estado de conservação das válvulas, se você tem um ampli valvulado evite quedas, ao transportá - lô é necessário bastante cuidado, é interessante que o amplificador esteja bem apoiado evitando possíveis balanços e quedas, deixe sempre aquecer por uns quinze minutos antes de tocar, e evite transportá-lô quando ainda estiver aquecido, pois não só as válvulas mas como todo o sistema interno do ampli estará mais sensível.
Meteoro MGV 30. O valvulado mais barato mais barato
do mercado.

Aqui o melhor é mais trabalhoso e mais caro, comparando ambos o valvulado chega a ser as vezes 10 vezes mais caro que um transistor, logicamente dependendo do modelo, o valvulado como visto acima necessita muito mais de cuidados, precauções e manutenções, porém o timbre é muito superior e a ideia do som ficar melhor quando o volume está no talo é perfeita, coisa que o transistor não tem, nos valvulados você pode abrir o quando você quiser que você só tem a ganhar, agora no transistor se você poe o volume no três o som já perde a qualidade, então para se ter um bom timbre no transistor você tem que usar o volume mínimo, ou seja para tocar em um show por exemplo, você precisará de um ampli transistorizado do tamanho do maracanã, dificultando em muito o transporte do equipamento, já o valvulado é ao contrario, quanto mais alto você poe melhor é a qualidade do timbre, o que implica em um amplificador na maioria dos casos nem tão grande e nem tão potente pois a ideia é meter o bicho no talo, o que deixa então o transporte mais confortável, já vi guitarristas fazerem shows grandes com amplificadores valvulados de 25 watts, colocando o ampli no talo e conseguindo um timbre fantástico.
Já experimentei ambos amplificadores, e possuo um valvulado e um transistorizado, só uso o transistor para dar aulas, visando a conservação das válvulas do meu outro ampli, o timbre e a distorção valvulada se mostra muito superior, tanto que quando estou com o valvulado em 105% dos casos uso a distorção do ampli, e quando estou usando o transistor, mesmo que seja só para aulas acabo apelando pro pedal pois o timbre transistorizado não me agrada.

E então..qual usar!!?? Nessa parte a coisa é mais relativa, tem gente que não está afim de gastar muita grana, e nem ter dor de cabeça e apela para os transistorizados, outros prezam por um timbre de boa qualidade e acabam preferindo os valvulados, sou um desses caras, pois para mim o timbre é muito importante, e deve ser tratado como prioridade, então prefiro usar os valvulados, mesmo ciente de todas as controversas que cercam esse ampli.
Experimente, teste, comprove e acha o que mais te agrada, sempre levando em conta a relação custo/ benefícios, qualidade e versatilidade do equipamento e lógico, seu objetivo dentro do âmbito musical.

Um abraço a todos!